Governo faz a limpa em cargos comissionados do IBGE

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A caneta do governo está mais afiada do que nunca. Somente na quinta-feira, 3 de janeiro, por determinação do Palácio do Planalto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destituiu dos cargos de chefia mais de 70 funcionários que estavam espalhados por postos do órgão Brasil afora. Os desligamentos continuaram nesta sexta, dia 4, e devem se estender pelos próximos dias.

A perda dos cargos de confiança está ligada, em muitos casos, à posição política dos servidores. Praticamente todas as vagas já foram preenchidas por pessoas mais alinhadas com o pensamento do governo e protegidas por políticos que apoiam Bolsonaro.

As trocas das chefias no IBGE chamou a atenção dos funcionários, pois não se via uma troca tão grande de pessoas desde o governo Lula, em 2003. Naquela época, o petista substituiu todas as pessoas alinhadas ao tucano Fernando Henrique Cardoso.

Por conta da mudança na estrutura do governo, o IBGE, que estava no guarda-chuva do Planejamento, foi incorporado ao Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. Ele ainda não definiu quem presidirá o instituto. O atual presidente, Roberto Olinto, foi sondado sobre a possibilidade de continuar onde está. Mas o martelo ainda não foi batido.

Brasília, 19h10min

Vicente Nunes