O governo aprovou com pompas e circunstâncias a fusão da Embraer com a Boeing, mas está descumprindo um acordo com a companhia brasileira. Balanço da empresa divulgado nesta quarta-feira (15/05) mostra um calote de US$ 100 milhões dados pelo governo,
A dívida se refere a projetos de defesa e foi acumulada no primeiro trimestre do ano. Nesse período, a Embraer recebeu apenas 25% do valor devido. Pelo informado pela companhia, a maior parte dos débitos do governo diz respeito ao avião de transporte KC-390. A Força Aérea Brasileira (FAB) encomendou 28 unidades dessas aeronaves.
A preocupação da Embraer é grande, diante do corte de verbas das Forças Amardas. Estima-se que a tesoura passada pelo governo tenha atingindo 44% do total de desembolsos previstos para o ano. Se o Orçamento não for refeito, a tendência é de o calote aumentar.
Endividamento
A Embraer registrou prejuízo de R$ 160,8 milhões no primeiro trimestre do ano, um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. A fabricante de aviões declarou que os números não consideram os efeitos da separação de ativos e passivos da aviação comercial decorrente da parceria com Boeing
De janeiro a março, a receita da Embraer totalizou R$ 3,1 bilhões, praticamente o mesmo nível de igual período de 2018. O resultado operacional ficou negativo em R$ 53,7 milhões, devido à queda no volume de entregas comerciais no período
No primeiro trimestre, o endividamento da Embraer recuou em R$ 156,1 milhões, somando R$ 13,97 bilhões. Desse total, R$ 12,8 bilhões eram correspondentes à dívida de longo prazo e R$ 1,16 bilhão a débitos de curto prazo.
Brasília, 18h25min