Relatos preocupantes têm chegado diariamente à equipe econômica sobre os riscos de o Brasil mergulhar novamente na recessão. Projeções de renomados economistas apontam que, se o governo demorar para agir, o país pode registrar queda no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro e no segundo trimestres.
Há uma apreensão grande entre os agentes econômicos quanto à capacidade do governo de enfrentar a pandemia do novo coronavírus. A previsão é de que os próximos quatro meses sejam dramáticos por conta da explosão de casos. Teme-se o colapso do sistema de saúde e a paralisia total da economia.
O economista-chefe do banco suíço UBS, Tony Volpon, revisou sua projeção de crescimento para 2020 de 2,1% para 1,3%, mas admite que a recessão pode estar a caminho e que o PIB pode ter queda no primeiro trimestre. O Banco Fibra, por sua vez, admite a possibilidade de retração do PIB entre abril e junho.
Pessimismo
Também pessimista, o Mizuho prevê avanço do PIB de apenas 1% e a SPX Capital, fala, agora, em crescimento de apenas 0,9%. São números assustadores para um país que viveu, entre 2015 e 2016, uma das mais severas recessões da história e, desde então, vem crescendo ligeiramente acima de 1% ao ano.
Ainda que veja exageros nas estimativas do mercado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta sexta-feira (13/03), que o governo lançará, nas próximas 48 horas, um pacote de medidas “anticoronavírus”. Fala-se em liberação de recursos pelo Banco Central, de socorro dos bancos públicos a empresas em dificuldades e de flexibilidade para saques no PIS/Pasep e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Entre os analistas, apesar de muitos darem um voto de confiança a Guedes, o sentimento é de ceticismo. O ministro perdeu muito da confiança que detinha junto aos agentes econômicos. Para os especialistas, o governo precisa lançar mão de medidas realmente factíveis e com resultados rápidos. Para eles, ainda dá tempo de evitar o pior.
Brasília, 12h45min