Segundo o ministro, o aumento de impostos será decidido no limite, ou seja, se não houver mais alternativas. Primeiro, o governo cortará despesas. Especialistas, porém, acreditam que será muito difícil para a Fazenda limitar o deficit a R$ 139 bilhões, dada à estrutura de gastos e à arrecadação fraca.
Meirelles ressalta que muita gente se surpreendeu quando o governo anunciou, no ano passado, deficit de R$ 154,2 bilhões, rombo menor que o o estimado, de R$ 170,5 bilhões. Boa parte da diferença, contudo, foi coberta por receitas extraordinárias, oriundas de impostos e multas do programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente para o exterior.
Na avaliação do ministro, não há porque falar em descumprimento da meta fiscal. “Mantemos a meta e o compromisso com o resultado primário de 2017”, assegura. Até 22 de março, o governo terá que fazer uma reavaliação de despesas e receitas para este ano. A expectativa é de que seja anunciado um corte entre R$ 39 bilhões e R$ 40 bilhões no Orçamento.
A tesoura, porém, enfrenta dificuldades para encontrar onde cortar. Com as despesas crescendo bem acima da inflação, sobretudo por causa da Previdência Social, estima-se que o Tesouro Nacional esteja procurando cerca de R$ 65 bilhões para fechar as contas e anunciar um contingenciamento menor, de R$ 20 bilhões.
Meirelles assinala que o governo vem sofrendo com a queda da arrecadação por causa da forte recessão. O tombo de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) provocou quebradeira de empresas e desemprego recorde. Para 2017, no entanto, o ministro vê recuperação da economia. O governo fala em crescimento de 1% no PIB, o dobro do estimado pela média do mercado.
Brasília, 13h45min