Governo aumenta para R$ 1,5 milhão o teto para compra de imóvel usando FGTS

Compartilhe

Na tentativa de dar um gás na economia neste fim de mandato do presidente Michel Temer, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou para R$ 1,5 milhão o teto para a compra de imóveis usando recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Serão beneficiados, sobretudo, trabalhadores de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, onde os preços dos imóveis são mais altos.

No total, as medidas de incentivo para o mercado imobiliário somam R$ 80 bilhões. O governo acredita que a construção civil tem forte impacto na economia. É o setor que emprega mais trabalhadores sem grande formação. Indicadores mostram que, por causa da recessão, a construção civil voltou aos níveis de 2009.

Se as medidas surtirem efeito, o governo acredita que a construção civil poderá dar uma turbinada no Produto Interno Bruto (PIB) e no emprego. A meta é que, como o novo limite de financiamento, as construtoras possam desovar estoques de imóveis mais caros que estão encalhados e se animem a fazer lançamentos, retomando obras.

No pacote de medidas, o governo manteve em 65% o montante dos depósitos em caderneta de poupança que os bancos são obrigados a direcionar para o mercado imobiliário, contudo, deixou de fixar que 80% desses recursos se destinem a operações contratadas por meio do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Segundo o Banco Central, essa alteração incentivará o financiamento de imóveis de menor valor.

Dados do mercado mostram que o sistema imobiliário está travado. Há dinheiro para financiamentos no caixa dos bancos, mas são poucos os tomadores. Não sem razão. Os consumidores estão receosos em se endividarem por prazos muito longos temendo o que pode acontecer a partir de 2019, quando tomará posse o futuro presidente da República. Além disso, o desemprego está muito alto.

Os possíveis tomadores de empréstimos para comprar a casa própria também reclamam das taxas de juros cobradas pelos bancos. Apesar de a taxa básica (Selic) ter caído, esse movimento não foi totalmente repassado para o crédito imobiliário.

Brasília, 18h25min

Vicente Nunes