Os números do Ministério do Trabalho, porém, não sairiam esta semana. O Palácio do Planalto está muito incomodado com as informações sobre o aumento do número de pessoas sem emprego do instituto de pesquisa.
Temer não entendia o motivo de o Caged dar resultados positivos, enquanto o IBGE divulgava índices negativos. Em entrevista ao Correio, o presidente classificou a diferença de números de desocupados como “algo curioso”. “Sempre se diz que o desemprego não diminuiu. E diminuiu. Em janeiro deste ano houve cerca de 79 mil carteiras assinadas, fevereiro, 69 mil, em março, 59 mil carteiras assinadas”, afirmou. “O IBGE disse que aumentou, e não entendi bem aquilo”, completou.
Nesta quinta (18/5), o instituto mostrou que falta emprego para 27,7 milhões de pessoas, o maior resultado da série histórica, iniciada em 2012. O contingente conta com um número recorde de desalentados (4,6 milhões), que são aqueles que têm idade e condições de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego por falta de oportunidades.
Por isso, Temer chamou os técnicos do Ministério do Trabalho e da equipe econômica para explicar os números. “Me explicaram o seguinte: quando você está muito desalentado e não tem chance de emprego, eles não procuram. Quando surge um certo alento, as pessoas procuram”, alegou. “Também não tem emprego para todo mundo, e quando não tem, o IBGE contabiliza como desempregado. É claro que, mesmo no cálculo do IBGE, caiu o desemprego”, acrescentou.
Durante discurso em fórum da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Revista Exame, em São Paulo, o emedebista enalteceu que a economia está melhorando e enfatizou que é a maior geração de empregos nos dados mensais até o momento. “Acabo de receber que, em abril, tivemos 115 mil e 898 postos”, destacou.
Aos empresários, Temer pediu mais confiança no processo de retomada do crescimento da economia. “De vez em quando, vejo uma ideia pessimista que a bolsa de valores caiu para 83 (mil pontos). Era 48. Chegou a 87. Quando há uma variação, que é mais do que natural, é porque essas coisas são assim. É diferente de cair. Cair seria voltar aos padrões de dois anos atrás”, disse.
O momento, avalia o emedebista, é de ter uma mensagem de olhar para frente. “Temos que ter esta mensagem que eu encontro aqui neste encontro, neste congresso. A ideia de que estamos olhando o futuro, e não apegados ao passado e olhando o presente”, declarou.
Brasília, 14h01min