O governo ainda não desistiu de tirar a família Batista do comando da JBS, responsável por um dos maiores esquemas de corrupção da história do país. Há um movimento silencioso para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dono de parte das ações da companhia, consiga aprovar o assunto em assembleia de acionistas.
Nas tentativas anteriores, o BNDES foi derrotado. Mas tudo está sendo estudado de forma a encontrar uma forma para que a família mantenha o controle acionário, mas nenhum de seus integrantes faça parte da diretoria executiva e do conselho de administração da JBS.
Hoje, o conselho de administração da JBS é presidido pelo fundador do grupo, José Batista Sobrinho, que substituiu o filho Wesley, que foi preso acusado de usar informações privilegiadas no mercado financeiro sobre a delação que ele e o irmão, Joesley, fizeram à Justiça. Wesley foi soltou recentemente.
Sobrinho, de 83 anos, tem conversado com a equipe econômica. Em visita recente ao Ministério da Fazenda apresentou uma série de números mostrando que o grupo está bem e se recuperou do baque sofrido, principalmente depois da Operação Carne Fraca, executada pela Polícia Federal.
O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, que deve se desligar do cargo até o início de abril para concorrer à Presidência da República, gostaria muito de dar ao presidente Michel Temer, acusado pelos irmãos Batista de corrupção, a notícia sobre a destituição da família do comando da JBS. Mas dificilmente conseguirá esse troféu.
Brasília, 20h01min