ROSANA HESSEL
Após o resultados do Banco Central da atividade econômica do segundo trimestre de 2020, o IBC-Br, conhecido como prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, nesta sexta-feira (14/08), o banco norte-americano Goldman Sachs revisou a previsão de queda do PIB brasileiro neste ano, passando de 7,5% para 5%.
A revisão levou em consideração os indicadores antecedentes de julho e agosto e o dos “sinais que sugerem tendência crescente de manutenção de um volume significativo de estímulos fiscais até pelo menos o final do ano”.
“Embora a pandemia viral ainda não tenha sido controlada, dados recentes e algumas de nossas métricas sugerem que a atividade atingiu o fundo do poço e atingiu um ponto de inflexão em meados de abril. Esperamos que a atividade continue a se recuperar nos próximos meses, apoiando a flexibilização gradual e seletiva dos bloqueios e protocolos de distanciamento social obrigatório, condições financeiras internas e externas mais fáceis, estímulos fiscais adicionais e monetários defasados, preços de commodities em recuperação e crescimento global firmado”, destacou o economista-chefe para a América Latina do Goldman, Alberto Ramos.
Ramos, contudo, demonstrou preocupação com fato de os dados do setor de serviços e do mercado de trabalho continuarem fracos em meio à pandemia. Para ele, o fim das medidas fiscais de distribuição de renda deve reduzir o ritmo de recuperação.
De acordo com os dados do IBC-Br, a atividade econômica teve avanço de 4,89% em junho na comparação com maio, ligeiramente abaixo do consenso do mercado, de 5%, e da alta de 6,2% esperada pelo Goldman Sachs. No acumulado do trimestre, o PIB recuou quase 11%, confirmando que a economia brasileira entrou em recessão técnica, com dois trimestre consecutivos de queda.
A nova projeção do Goldman é mais pessimista do que a do governo (de retração de 4,7%,) e ambas confirmam ainda que o PIB brasileiro deverá registrar o pior resultado da história em um único ano.