De acordo com o levantamento da Quaest feito em parceira com a Genial Investimentos, a rejeição a Bolsonaro passou de 63%, em março, para 61% em abril. Já Doria subiu de 60% para 63%. Foi a primeira vez na pesquisa que Bolsonaro perdeu a liderança entre as respostas dos eleitores que afirmam que não votariam no candidato desde o início do levantamento, iniciado em julho de 2021.
Em terceiro lugar ficou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) com 58% de rejeição. Lula, em quarto lugar, teve 42% de rejeição, seguido por André Janones (Avante), com 18%. Na lanterna, Felipe D’Ávila (Novo) e Simone Tebet (MDB), com 17% e 15% de rejeição, respectivamente.
A pesquisa mostrou ainda que o número de indecisos caiu de 48% para 46% e que 64% dos eleitores que já escolheram um candidato dizem que não mudam mais. Esse número é de 69% entre os apoiadores de Bolsonaro e 76% entre os que preferem Lula.
A avaliação negativa do governo Bolsonaro também encolheu entre março e abril, passando de 49% para 47%, o menor patamar desde setembro de 2021, conforme a pesquisa. De acordo com Felipe Nunes, coordenador da pesquisa e CEO da Quaest, essa leve melhora na avaliação do governo está relacionada com a população que o Auxílio Brasil, principalmente, no Norte do país, onde a avaliação negativa passou de 36%, em março para 34%, a menor taxa entre as regiões pesquisadas.
No Sul, um dos berços do bolsonarismo, a avaliação negativa recuou de 44% para 39%, na mesma base de comparação. Curiosamente, no Centro Oeste, o percentual de eleitores que avaliam mal o governo passou de 42% para 44% entre março e abril. No Sudeste ficou praticamente estável, variando de 47% a 46% no mesmo intervalo. E, no Nordeste, essa rejeição voltou a subir e passou de 56%, em março, para 58%, em abril.
“O auxílio Brasil tem sido capaz de diminuir a rejeição do governo nas periferias do Sul, do Norte e do Centro-Oeste do Brasil”, destacou Nunes. “Estamos vendo dois fenômenos: a volta dos eleitores do presidente ao ninho bolsonarista e o desencanto dos eleitores com o possível surgimento de uma terceira via. Há uma tendência de os votos do Moro, principalmente, migrarem para o Bolsonaro”, observa o CEO da Quest, Felipe Nunes.
O levantamento foi realizado entre os dias 30 de março e 3 de abril. Foram realizadas duas mil entrevistas em 127 mil municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A Pesquisa Genial/Quaest trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública brasileira, começou em julho de 2021 e se estenderá até novembro de 2022. No total, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação.