Genial/Quaest: Campos Neto é melhor avaliado pelo mercado financeiro do que Haddad

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ROSANA HESSEL

Enquanto o prestígio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diminui junto ao mercado financeiro, a aprovação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continua elevada, no patamar de 85%, conforme dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta quarta-feira (22/11).

Contudo, é alto o índice de preocupação com a futura indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a sucessão de Campos Neto no fim de 2024, quando vencerá o mandato do presidente da autoridade monetária. Para 70% declaram-se muito preocupados, e o principal motivo dessa insegurança é o risco de ingerência por parte do governo no BC, apontado por 51% dos entrevistados.

De acordo com o levantamento da Quaest feito em parceria com a Genial Investimentos, o aumento do pessimismo do mercado financeiro reflete esse quadro uma vez que 55% dos agentes financeiros consideram que a economia vai piorar nos próximos 12 meses, percentual acima dos 34% registrados na rodada anterior, em setembro. Já o percentual dos que acreditam em melhora da economia encolheu de 36% para 21%.

A 5ª rodada da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro” revelou que para 55% dos entrevistados a expectativa é de piora na atividade econômica nos próximos 12 meses. Na edição anterior, em setembro, esse percentual era de 34%

Para 80% dos entrevistados, a equipe econômica do terceiro mandato do presidente Lula é pior que a do governo Jair Bolsonaro (PL), e para 39%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem menos força do que há dois meses.

Diante da piora da avaliação da gestão petista, o percentual de entrevistados que acham que a capacidade de o governo conseguir aprovar a sua agenda no Congresso Nacional é alta recuou de 20%, em setembro, para 18%, em novembro.

Eleições na Argentina

De acordo com a pesquisa, os agentes financeiros acreditam que o resultado não afetará o comércio bilateral com a vitória do candidato da extrema-direita Javier Milei.

Para 67% dos entrevistados, o resultado não impactará a balança comercial brasileira, embora 41% avaliem que haverá impacto na economia pela diminuição da relação comercial entre os dois países (41%) e pela dolarização proposta por Milei, porque pode aumentar os custos de importação.

Foram realizadas 100 entrevistas on-line com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias 16 e 21 de novembro.

Veja alguns destaques da pesquisa da Quaest:

Vicente Nunes