Os militares que deram suporte à eleição do presidente Jair Bolsonaro — vários deles foram expelidos do Palácio do Planalto — elegeram o general Villas Bôas como muro das lamentações contra o chefe do Executivo.
Referência para a caserna, Villas Bôas é visto como um dos poucos que ainda conseguem colocar um freio em Bolsonaro, que está cada vez mais tresloucado diante da possibilidade real de o Ministério Público pegar o filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, por causa das rachadinhas, e de se construírem candidaturas que possam lhe apear do poder.
Para os queixosos, o presidente da República está metendo os pés pelas mãos ao destruir o pouco da credibilidade que resta ao governo, transformar os militares em motivo de chacota, deixar a economia flertar com uma perigosa volta da inflação e atentar contra a saúde pública ao desqualificar a vacinação contra a covid-19.
Por enquanto, a determinação é de que apenas os militares que deixaram o governo, mas têm trânsito livre com Villas Bôas, critiquem o presidente da República. São os casos dos generais Santos Cruz e Rêgo Barros. Mas o coro vai engrossar caso Bolsonaro mantenha o comportamento descontrolado.
Dentro dessa estratégia, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, foi aconselhado a não partir para o confronto público com Bolsonaro. Mas quem conhece o vice sabe o quanto isso está custando para ele. O general e o presidente mal se falam há mais de uma semana.
Brasília, 13h07min