Quem acompanha as declarações do presidente Jair Bolsonaro e dos filhos dele compreendem, de imediato, o alerta do general. A família presidencial já está disseminando o discurso de que, caso Bolsonaro não seja reeleito em 2022, é porque houve fraude no sistema eleitoral. Por isso, vendem como verdade que só o voto impresso pode evitar a derrota do mandatário.
Mais: a máquina que atua a favor do governo defende a estruturação de grupos armados, dispostos a manter Bolosonaro no comando do país, mesmo que seja adotada uma ditadura militar tendo o ex-capitão do Exército com chefe. Não por acaso, as instituições democráticas estão sob constantes ataques.
O general ressalta, em artigo publicado no Correio, ver uma armadilha no atual ambiente político que pode irromper um conflito social de “dimensão não avaliável em médio espaço de tempo, dada à polarização vigente do maniqueísmo que tomou conta de parte de grupos antípodas (estados de disputa)”.
Na avaliação de Rêgo Barros, os sistemas de freios e contrapesos do sistema ajustariam a temperatura, mas, segundo ele, “não se passaram 30 dias e a tromba d’água que se formou na cabeceira do rio do ambiente político, potencializada pela gestão sanitária e as investigações decorrentes”, explicitando que “a senda da institucionalidade está se tornando estreita, com riscos de dificuldades mais adiante”.
Brasília, 221h01min