A viagem do presidente Jair Bolsonaro para a Rússia, com escala na Hungria, só servirá para fotos em mídias sociais. É o que diz o general Otávio Santana do Rêgo Barros, que foi porta-voz da Presidência da República, em artigo publicado no Correio.
No entender do militar da reserva, nada de concreto para o país sairá da visita de Bolsonaro a Vladimir Putin, assim como quase nada prosperou dos protocolos de intenções fechados entre o presidente brasileiro e o então comandante dos Estados Unidos, Donald Trump, na viagem à maior economia do planeta em março de 2019.
O general, por sinal, estava na comitiva presidencial aos EUA. E descreve: “Muitos acordos, pouca concretude e diversas imagens e postagens para as mídias sociais dos políticos e assessores. Pedido de apoio para acesso à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), convite para integrar, como país visitante, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), acordo para uso da base de lançamento de Alcântara e mais uma dezena de memorandos de intenções”.
Quanto à visita à Rússia desta semana, Rêgo Barros sentencia: “Nessa viagem a Moscou, brincadeiras fora do contexto, lição de casa atrasada e poder de barganha debilitado são ingredientes que darão azia após o jantar servido em bandejas de prata da época de Pedro, o Grande. Certamente não será a delegação russa que passará mal. Países não são amigos. Têm interesses comuns que podem mudar a cada momento conforme esses interesses deixem de interessar. O resto é foto para mídia social”.
A mesma percepção do general é feita entre militares da ativa, ainda que os três comandante das Forças Armadas tenham acompanhado o presidente à Rússia. Na verdade, os três não passaram de figuras decorativas, numa demonstração de Bolsonaro a Putin de que a caserna tem papel fundamental em seu governo.
Brasília, 17h36min