Ainda não se sabe se Geddel e Funaro ficarão presos na mesma cela. A tendência é de que os dois fiquem na mesma ala, na qual também se encontram o ex-senador Luiz Estevão e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. A transferência de Geddel para a Papuda deve ocorrer até o fim do dia.
No pedido de prisão encaminhado à Justiça, o Ministério Público alegou que Geddel era uma ameaça à ordem pública e à ordem econômica, além de estar cometendo crimes em série. Ele é acusado de obstrução à Justiça. O político baiano foi detido preventivamente, ou seja, não há prazo para ser libertado, dentro da Operação Cui Bono, que foca irregularidades na Caixa Econômica Federal. Geddel foi vice-presidente do banco durante o governo de Dilma Rousseff.
Geddel, segundo as acusações, vinha atuando ativamente para evitar que o ex-deputado Eduardo Cunha e Lúcio Funaro fechassem delação premiada. Em depoimento à Justiça, o doleiro citou mensagens e ligações do ex-ministro para a sua esposa. Funaro entregou imagens da tela do celular para comprová-las.
Com o codinome “carainho”, Geddel sondava a mulher de Funaro sobre a disposição dele em fechar acordo com o Ministério Público Federal. Essa sondagem seria feita a pedido de Temer, que viu seu governo ruir depois que se tornaram públicas, em 17 de maio, as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS.
Funaro tem fortes ligações com Joesley. Os dois se aproximaram de Eduardo Cunha e de Geddel para, de forma ilícita, conseguir empréstimos da Caixa e tirar recursos do fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
Brasília, 14h15min