Gasolina sobe quase 10%, o triplo do reajuste anunciado pela Petrobras

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Sem dó nem piedade dos consumidores, os postos aproveitaram a demanda maior por combustíveis para forçar a mão nos preços da gasolina. Nesta quinta-feira (17/12), promoveram reajustes médios de 9,5% nas bombas, o triplo dos 3% anunciados pela Petrobras.

Em alguns postos, o litro da gasolina ficou R$ 0,41 mais caro, passando de R$ 4,289 para R$ 4,699. “Levei um susto quando cheguei ao posto”, diz o economista Sérgio Antunes, 36 anos. “Há muito tempo não vejo um aumento assim de um dia para o outro”, acrescenta.

Para a servidora pública Maria Heloísa Cerqueira, 48, “os donos dos postos perderam a noção da situação do país”. No entender dela, com o pais mergulhado numa pandemia, com a economia em recessão e tanta gente desempregada, uma alta de 9,5% na gasolina é “um abuso”.

Um gerente de um movimentado posto do Distrito Federal ressalta que essa tem sido a rotina dos postos, num dia, dão um desconto no preço da gasolina, no outro, jogam o valor para cima. “Dizem que o aumento atual é para fazer caixa, pois as pessoas estão com mais dinheiro no bolso”, frisa.

A aposentada Luíza Soares, 67, assegura que aproveitará este fim de ano para ficar com o carro estacionado na garagem. “Não quero saber de dirigir. Tudo o que tiver que fazer nas próximas duas semanas será a pé, perto de casa. Não dá para ficar enchendo o tanque do carro com a gasolina a quase R$ 5”, arremata.

O último aumento da gasolina nas refinarias anunciado pela Petrobras foi na terça-feira (15/12). “Até tinha ouvido falar desse reajuste, mas uma coisa são 3%, outra, quase 10%”, destaca Luíza.

Vicente Nunes