Dados divulgados nesta terça-feira, 4 de julho, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou junho com deflação de 0,44% em Brasília. Em maio, o custo de vida havia subido 0,09%.
Dos oito grupos de preços pesquisados pela FGV, três apontaram deflação: alimentação (-1,39%), habitação (-0,72%) e transporte (-0,90%). Como esses grupos têm mais peso na composição do IPC-S, o resultado final acabou ficando negativo, uma ótima notícia para as donas de casa.
Entre os produtos que compõem o IPC-S, as maiores baixas, em junho, ficaram por conta da tarifa de eletricidade residencial (-8,67%), da gasolina (-3,07%), do tomate (-21,93%), da banana-prata (-8,10%) e do etanol (-2,71%).
A perspectiva entre os analistas é de que a inflação continue fraca nos próximos meses. É possível, inclusive, que, em julho, também os índices de preços fiquem negativos. Como o consumo está muito fraco e a safra agrícola foi recorde, não há muito espaço para elevação dos preços dos alimentos.
Os analistas ressaltam ainda que a deflação permite que o Banco Central mantenha o pé no acelerador e reduza a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom). Caso isso se confirme, a Selic voltará a um dígito, ou seja, baixará de 10,25% de 9,25% ao ano.
Juros mais baixos, no entender do empresariado, vão ajudar a dar novo fôlego à economia, que vem apontando leve recuperação, mas não consegue se fortalecer de vez por causa da gravidade da crise política.
Brasília, 15h30min