“A Petrobras não está conseguindo atender aos pedidos e as distribuidoras não querem importar, devido ao preço mais alto por conta do dólar valorizado”, disse Paulo Tavares, presidente do Sindicombustíveis-DF, nesta sexta-feira (05/11) em entrevista ao Blog. Ele alertou para o problema há três semanas quando a estatal anunciou a redução das cotas a partir deste mês.
“Conforme alerta anteriormente feito pelas distribuidoras e por mim, além do diesel, gasolina comum e aditivada entraram em adequação. Portanto, todos os postos do DF estão recebendo produtos menos que a demanda. Fica o alerta. Situação se agravando confirme alertado”, destacou Tavares, que descartou a greve dos caminhoneiros como motivo para a falta do produto nos postos. “Hoje, eu recebi menos combustível do que ontem e, amanhã, a situação pode ficar crítica e eu posso não ter o que vender”, afirmou.
A queda de braço entre distribuidores e a Petrobras deve ser dura, porque ninguém quer arcar com as perdas das mazelas do governo Jair Bolsonaro que, ao tentar quebrar regras fiscais com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e ainda abrir espaço para emendas parlamentares, está provocando insegurança no mercado financeiro e impacta diretamente no dólar.
Procurada, a Petrobras negou o problema e informou, em nota, que “aceitou integralmente os pedidos de gasolina dos clientes para o mês de novembro em Brasília e está cumprindo a programação de entregas do produto, não havendo atrasos ao longo do mês”.