Funcionários de empresas aéreas estão revoltados com tiro disparado por arma de ex-ministro

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O clima é de comoção no Aeroporto de Brasília com o tiro disparado acidentalmente, na segunda-feira (25/04), pela arma do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O pastor violou regras básicas de segurança para quem porta armas e pôs em risco a vida de centenas de pessoas que transitavam pelo saguão principal.

O desmuniciamento (retirada da munição da arma) deveria ter sido feito em uma sala específica da Polícia Federal, preparada para essa finalidade. Segundo testemunhas, para não se submeter ao procedimento legal, Ribeiro tentou retirar a munição em pleno saguão. “Se fosse outra pessoa, teria sido presa imediatamente”, lamentou um aeroviário.

Felizmente, a mulher atingida por fragmentos da bala disparada pela arma do ex-ministro passa bem. O incidente ocorreu no guichê de check in da Latam. A vítima trabalha na empresa World Service, terceirizada Gol. Ela prestava atendimento aos passageiros no guichê ao lado quando foi atingida de raspão no braço.

Ribeiro caiu do Ministério da Educação depois de denúncias de corrupção na pasta. Pastores ligados a ele e ao presidente Jair Bolsonaro negociavam verbas públicas em troca de propina, até em barra de ouro. Desde o início do governo, os pastores suspeitos — Arilton Moura e Gilmar Santos — foram 127 vezes ao Ministério da Educação e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Além disso, passaram 32 vezes pelo Palácio do Planalto. Como se diz na Esplanada dos Ministérios, o tiro disparado pela arma de Ribeiro pode ter sido acidental, mas o esquema liderado pelos pastores na Educação foi muito bem planejado e executado.

Brasília, 18h53min

Vicente Nunes