Segundo o MP, André Vinícius, ex-secretário de Habitação e Urbanismo de Magé, tem um “relacionamento afetivo íntimo” com Aloysio Neves, que foi preso acusado de receber propina no esquema chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Neves responde o processo em liberdade.
Na avaliação do MP, o presidente afastado do TCE-RJ sabia da corrupção no Detran de Magé. Para os investigadores, André Vinícius, um dos três presos nesta quinta-feira, 31, se valia do relacionamento íntimo com Aloysio Neves para obter favorecimentos na análise das contas e dos contratos da prefeitura de Magé com o governo estadual.
Os promotores ressaltaram, porém, que o relatório policial suprimiu ou omitiu a participação do conselheiro do Tribunal de Contas propositalmente. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, obteve na Justiça a decisão para que a Corregedoria da Polícia Civil atue no caso.
André Vinícius tinha uma vida de luxo. A casa dele, em Magé, tem até uma boate. Na garagem, foi encontrado um carro BMW avaliado em mais de R$ 200 mil. Também foram presos Paulo César Batista Vaz, considerado o braço-direito do prefeito de Magé, e Alexandre Bento Pinto. Foram cumpridos, na operação comandada pelo MP, 45 mandados de busca e apreensão.
As investigações começaram a partir de uma denúncia da Corregedoria do Detran. A quadrilha montou um esquema para liberar vistoria de carros irregulares, aferição de gases em veículos irregulares e emissão fraudulenta de documentos e de blindagem. Os três acusado recebiam propina para legalizar os carros. Para isso, nomeavam funcionários terceirizados. Os motoristas pagavam de R$ 100 a R$ 2 mil por vistoria.
Brasília, 12h23min