FMI mantém alerta de desaceleração e reduz previsão de PIB global e do Brasil

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ROSANA HESSEL

O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve o alerta de desaceleração global em curso e revisou suas projeções para a economia global atualizadas em janeiro e reduziu de 2,9% para 2,8% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Além disso, piorou estimativas para o PIB brasileiro, que passou a ficar abaixo de 1%, como reflexo de que o processo de desaceleração da economia internacional está em curso, em grande parte, devido à nova crise de bancos nos Estados Unidos e na Europa.

Pelas novas estimativas do Fundo, o PIB brasileiro deverá crescer 0,9%, neste ano, abaixo da previsão anterior, de 1,2%. Essa taxa é menor do que a média global e o avanço previsto para América Latina neste ano, que passou de 1,8% para 1,6%, conforme dados do relatório Panorama Econômico Global, divulgado nesta terça-feira (11/4).

De acordo com FMI, o PIB global deverá desacelerar neste ano, passando de uma expansão de 3,4%, em 2022, para 2,8%, neste ano, e, depois para 3%, em 2024.  O Fundo ainda prevê uma desaceleração maior nas economistas desenvolvidas, que passará de 2,7% para 1,3%, entre 2022 e 2023, e, depois para 1,4%, no ano que vem. Enquanto isso, o órgão multilateral estima expansão de 1,5% para o PIB brasileiro no ano que vem, abaixo da taxa prevista para a América Latina, de 2%. Enquanto isso, as estimativas para o PIB da China mantiveram-se inalteradas com crescimento de 5,3%, neste ano e 4,5%, em 2024.

“Sinais provisórios no início de 2023 de que o mundo economia poderia atingir um pouso suave — com a inflação caindo e o crescimento estável — recuaram em meio inflação teimosamente alta e setor financeiro recente tumulto. Embora a inflação tenha diminuído conforme o centro os bancos aumentaram as taxas de juros e alimentos e energia os preços caíram, as pressões de preços subjacentes estão mostrando-se rígido, com mercados de trabalho apertados em várias economias. Efeitos colaterais do rápido aumento na política monetária dos bancos centrais, as taxas de juros estão se tornando aparentes, à medida que as habilidades vulneráveis do setor bancário entraram em foco e os medos de contágio aumentaram em todo o setor financeiro mais amplo, incluindo instituições financeiras não-bancárias”, destacou o FMI, no relatório de 206 páginas.

Paralelamente, as outras grandes forças que moldaram o economia mundial em 2022, de acordo com FMI, parece destinada a continuar em este ano, “mas com intensidades alteradas. níveis de dívida permanecem altos, limitando a capacidade dos formuladores de políticas fiscais para responder a novos desafios”.

O órgão destacou ainda no relatório que os preços das commodities ainda seguem em tendência de alta por conta da guerra na Ucrânia, ainda sem previsão para acabar, mas com uma chance de retração por conta da retomada das cadeias de suprimentos em função da reabertura da economia da China. “Apesar dos impulsos dos preços mais baixos de alimentos e energia e melhor funcionamento da cadeia de suprimentos, os riscos são firmemente para baixo com o aumento da incerteza da recente turbulência do setor financeiro”, acrescentou o documento.

Vicente Nunes