A agência de classificação de risco Fitch reafirmou a nota do Brasil, BB, com perspectiva negativa, o que mantém as portas abertas para um novo rebaixamento. Nas avaliação da Fitch, os desafios fiscais persistem no país, com o governo adotando um ajuste gradual das contas públicas, movimento que ainda precisa de consolidar.
A perspectiva é de rombo fiscal de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, havendo a possibilidade de, em 2019, o setor público voltar a registrar superavit primário, mesmo que mínimo. Quando incluídos os gastos com juros, o rombo nas contas será de 8% entre 2017 e 2018, mais que o dobro da média observada em países com a mesma classificação do Brasil.
Pelos cálculos da Fitch, a divida pública bruta saltará de 66,5%, em 2015, para 80% do PIB em 2018, patamar também muito acima da média de 52% registrada entre as nações com nota BB. Para agência, diante do baixo crescimento da economia, quanto mais o Congresso demorar para aprovar o ajuste fiscal, pior será a dinâmica para a dívida.
A Fitch prevê ainda que o PIB terá queda de 3,3% neste ano e, na melhor das hipóteses, crescerá 1,2% em 2017. Para 2018, a perspectiva é de avanço de 2,2%. As incertezas políticas, no entender da agência, diminuíram, com a provação do impeachment de Dilma Rousseff, mas o presidente Michel Temer terá que mostrar força para manter a base aliada no Congresso para aprovar projetos polêmicos, como o que trata da reforma da Previdência Social.
Brasília, 14h35min