Fitch mantém nota de risco do Brasil e reforça preocupação com fiscal

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ROSANA HESSEL

A Fitch Ratings informou, nesta quarta-feira (17/11), a manutenção da nota de classificação de risco para os títulos de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em “BB-” com “perspectiva negativa”, que foi alterada em maio, e reforçou a preocupação com a deterioração das contas públicas.

Em nota, a agência de classificação de risco destacou que a perspectiva negativa “reflete a severa deterioração do deficit fiscal do Brasil e da carga da dívida pública durante 2020”. Além disso, destacou que “a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal, incluindo a sustentabilidade do teto de gastos (a principal âncora da política fiscal) dadas as contínuas pressões sobre os gastos” .

De acordo com Fitch, o encurtamento da dívida diante do elevado endividamento tornam o Brasil vulnerável a choques, incluindo mudanças na confiança dos investidores domésticos e nas condições de financiamento.

“Embora a equipe econômica esteja comprometida em retornar à sua agenda de reformas em 2021, o ambiente político permanece fluido, reduzindo a visibilidade e previsibilidade do processo. A Fitch espera que a economia se recupere a partir de 2021”, alertou a agência, destacando preocupação com uma segunda onda de contágio da pandemia de covid-19 e com o endividamento elevado do país diante de uma estrutura fiscal rígida aliada com baixo crescimento potencial do país. “O fraco potencial de crescimento econômico e um cenário político difícil impedem o progresso oportuno nas reformas fiscais e econômicas”, acrescentou.

Vicente Nunes