O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal tentaram uma reunião com os demais parceiros da Febraban, para evitar a nota desta quinta-feira. Mas o comando da entidade não aceitou conversar. Prevaleceu a posição da maioria formada pelos bancos privados.
A Febraban é enfática ao confirmar “seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo, assim, o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa”.
Estava certo que o manifesto em favor da democracia liderado pela Fiesp, com a assinatura da Febraban e cerca de 200 entidades empresariais, seria divulgado na terça-feira (31/08), mas um racha na entidade bancária, provocado pelo Banco do Brasil e pela Caixa, acabou em uma guerra com o governo.
O BB e a Caixa ameaçaram sair da Febraban se o manifesto fosse publicado. Mas os bancos privados, liderados por Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, peitaram e sustentaram o apoio à democracia. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ficou com medo do governo e recuou sem avisar os demais parceiros no documento.
Agora, a Febraban decidiu assumir, sozinha, sua posição. Está certo que o racha na entidade vai se concretizar, sobretudo por parte da Caixa. Foi o presidente do banco público, Pedro Guimarães, que levou ao presidente Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a existência do manifesto. Eles viram o documento como um ataque ao governo.
Veja a íntegra da nota da Febraban
COMUNICADO PÚBLICO DA FEBRABAN
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reafirma o apoio emprestado ao manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.
A Febraban considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.
Diante disso, a Febraban avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto.
A Febraban confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa.
FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos