Além de demitir funcionários da fundação de forma açodada, a nova presidente da entidade, Solange Paiva Vieira, deve anunciar, no início da semana que começa em 22 de janeiro, um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para reduzir em até 40% o atual quadro de cerca de 220 funcionários.
A situação da Fapes não é das melhores. O fundo está com deficit atuarial de quase R$ 9 bilhões. Isso significa dizer que, se todos os 5,2 mil participantes se aposentassem ao mesmo tempo, faltaria esse montante para honrar todos os compromissos.
Metade desse rombo é culpa do BNDES, que não repassa para a fundação a sua parte referente ao complemento da aposentadoria dos empregados. Para cada R$ 10 que cada empregado do banco contribui para a Fapes, o BNDES deveria colocar outros R$ 10 até um limite definido no estatuto da fundação.
Para tentar equacionar o deficit, os funcionários aumentaram as contribuições ao fundo. Eles reclamam, porém, que a instabilidade provocada no quadro funcional da fundação pode resultar em problemas mais à frente. A redução do número de empregados da Fapes, na visão dos associados, deve ser feita com cautela.
Terceirização da gestão
O clima de tensão na Fapes não vem de hoje. Desde 2016, quando a então presidente do BNDES, Maria Sílvia Bastos Marques, trocou a diretoria da fundação houve muitas críticas. Mas, com a chegada da nova presidente da Fapes, as queixas aumentaram.
Que a fundação precisa passar por um equacionamento, não há dúvidas, dizem funcionários do BNDES. Mas é preciso ter cautela para que nada seja feito de forma açodada. E que a gestão dos recursos que vão garantir a aposentadoria de todos não acabe sendo totalmente terceirizada. Esse é o grande temor da maioria.
Brasília, 11h15min