Na próxima sexta-feira, o mundo assistirá, sob imensa expectativa, a mudança de governo nos Estados Unidos. Não será fácil digerir a troca de Barack Obama por Donald Trump, que simboliza o atraso em temas caros, como direitos humanos e meio ambiente. Muitos dizem que o primeiro afrodescendente a comandar a maior economia do planeta não cumpriu boa parte do que prometeu e, sob o seu comando, os EUA assistiram a um salto expressivo das desigualdades sociais. A maioria, porém, tem que admitir: Obama honrou, como poucos, o cargo de presidente da República. Ele deixará a Casa Branca sem nenhum escândalo ou denúncia de corrupção.
Infelizmente, no Brasil, é difícil imaginar um presidente com a dignidade de Obama. O que temos assistido, ao longo dos anos, é exatamente o contrário. Os políticos, independentemente do partido, estão mais preocupados em usar os cargos públicos em benefício próprio. Não há um só ocupante de funções relevantes para o país que tenha deixado o governo com o mesmo patrimônio de quando tomou posse. A situação é tão dramática por aqui que, desde o estouro da Operação Lava-Jato, a pergunta que todos se fazem, quase que diariamente, é qual o próximo político que irá preso quando a Polícia Federal sair às ruas. Não por acaso, o desencanto da população é enorme.
Brasília, 00h05min