FALTA DE LÍDERES

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A presidente DilmaRousseff, com todos os seus erros, explicitou como o Brasil se recente da falta de líderes. Não há hoje, entre os nomes colocados, ninguém com capacidade para convencer a população de que pode resgatar o país, sobretudo do ponto de vista ético. É isso que está incomodando grande parte dos eleitores. Com a petista no poder, já se sabe que o que está ruim ficará pior. Caso Temer vá para o Planalto, o PMDB continuará comandando as falcatruas que se tornaram a marca do partido. Se houver nova eleições, um vácuo despontará, pois os candidatos testados estão longe de representar as mudanças que todos querem.

Sendo assim, só restará ao país torcer pelo menos pior. E se preparar para lidar com a herança maldita de Dilma, a mais assustadora delas, o desemprego. A inflação, diz o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, está perdendo força, mas continuará castigando os mais pobres. Os investimentos produtivos permanecerão em queda, minando a capacidade de recuperação da economia. É importante ressaltar ainda que regiões mais pobres, como o Nordeste, que se mostravam mais resistentes à crise, estão desmoronando.

“Não há escapatória. Os efeitos das políticas sociais do governo se esgotaram”, reconhece um técnico da equipe econômica. O Planalto, acrescenta ele, acreditou que suas intervenções nas áreas menos favorecidas compensariam os efeitos da queda da atividade. Por um tempo, até conseguiu. Mas não há nada que sobreviva a um tombo tão forte da atividade econômica. Esse negócio de que ninguém come PIB é discurso eleitoreiro, que beira o mau-caratismo.

É visível que, desde que a economia começou a derreter, conquistas importantes foram sendo perdidas. O governo usou o discurso de que tudo estava vinculado à crise internacional e, tão logo o mundo melhorasse, o Brasil voltaria ao céu de brigadeiro. Conseguiu enganar boa parte da população por um bom tempo. Agora, está claro: não há mais tolerância com desvios.

Brasília, 07h30

Vicente Nunes