Fábio Mafra substituirá auditor do TCU responsável por “estudo paralelo” sobre mortes pela covid

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O Tribunal de Contas da União (TCU) designou o servidor Fábio Mafra para substituir o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, autor do “estudo paralelo” que questiona o número de vítimas da covid-19. Segundo ele, o total de mortes é 50% menor do que o divulgado oficialmente pelos estados.

Sem qualquer respaldo técnico, Alexandre diz que os governadores inflaram os números de óbitos pela covid-19 a fim de receberem mais recursos do governo federal. O “estudo paralelo” foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro, que, depois, teve de recuar diante da negativa do TCU, que disse desconhecer a tese falsa.

Com o afastamento de Alexandre, Fábio Mafra, considerado um dos melhores auditores do TCU, supervisionará todos os trabalhos da secretaria que acompanha o uso de verbas públicas para  a compra de equipamentos de combate à covid-19.

Filhos de Bolsonaro

O auditor afastado é ligado aos filhos de Bolsonaro e ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, que o convidou para ocupar uma diretoria na instituição. A cessão para o BNDES, contudo, foi vetada pelo então presidente do TCU, José Múcio Monteiro.

Segundo o ministro Bruno Dantas, corregedor do TCU, “os fatos até aqui apurados pela Corregedoria são graves e exigirá aprofundamento para avaliar a sua real dimensão”. Ele acrescenta, ainda, que, “para isso é necessária uma decisão da presidente do TCU, ministra Ana Arraes”.

O ministro acrescenta: “Ainda é cedo para extrair conclusões, mas se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscalização orientada por convicções políticas, isso será punido exemplarmente”.

Brasília, 20h15min

Vicente Nunes