São muitos os rumores que agitam o Serpros, o fundo de pensão dos empregados do Serpro, empresa controlada pelo Ministério da Fazenda e responsável por todo o sistema de tecnologia da Receita Federal.
O patrimônio de mais de R$ 6 bilhões da fundação está sob a gestão de Sérgio Ricardo Vieira, que foi gerente de análise de investimentos do encrencado Postalis, o fundo dos funcionários dos Correios que está na mira da Polícia Federal e do Ministério Público.
Vieira deu aval a muitos dos investimentos suspeitos durante as gestões de Alexej Predtechensky e Antonio Carlos Conquista, que causaram o rombo de mais de R$ 6 bilhões no sistema de aposentadoria complementar dos carteiros.
Analista de investimentos é um cargo de pouca notoriedade, mas de elevada complexidade, pois faz toda a avaliação técnica que dá subsídios a aplicações dos recursos de uma fundação. Isso foi no Postalis. Agora, no Serpros, como diretor, Vieira dá as cartas.
Vale lembrar que o Serpros já sofreu duas intervenções por parte da Previc, órgão de regula e fiscaliza o mercado de previdência complementar. Perdeu muito dinheiro em operações irregulares. Recentemente, recuperou, depois de uma ampla batalha judicial, R$ 85 milhões que estavam no Banco BVA, em processo de liquidação judicial pelo Banco Central.
Na avaliação de funcionários do Serpro que contam com a aposentadoria complementar gerida pelo Serpros, é preciso dar mais transparência à gestão dos investimentos do fundo. Eles não admitem a possibilidade de verem o patrimônio que acumularam ao longo de anos novamente dilapidado.
“O Serpros já foi vítima de vários golpes. Perdeu muito dinheiro porque sua administração foi entregue a indicados de políticos. Não queremos que isso se repita. A Previc precisa ficar atenta e reavaliar o perfil de todos os dirigentes de fundações”, diz um funcionário da empresa de tecnologia. “Nosso futuro precisa ser preservado e blindado de interesses políticos”, afirma outro empregado.
Brasília, 06h18min