De acordo com dados do órgão de estatísticas, os preços de todos os itens, menos alimentos e energia, subiram 5,5%, a maior variação em 12 meses desde fevereiro de 1991. A inflação dos custos de energia chegou a 29,3% no ano, impulsionada pelo salto de 49,6% nos preços da gasolina. Enquanto isso, os preços dos alimentos registraram aumento de 6,3% no acumulado em 12 meses, com elevação de 6,5%, para os custos da alimentação em casa , e de 6%, na alimentação fora de casa.
A confirmação dessa inflação persistente e elevada na maior economia do planeta, assim como vem ocorrendo nos países desenvolvidos, acende um alerta sobre os emergentes, como bem sinalizou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana, uma vez que a alta dos juros dos bancos centrais das economias desenvolvidas será inevitável, o que será péssimo para os países com endividamento elevado e com as contas públicas desequilibradas, como é o caso do Brasil.
Analistas não têm dúvidas de que uma das principais consequências será o dólar elevado, entre R$ 5,60 e R$ 5,70, o que ajudará a pressionar a inflação, que deverá continuar acima do teto da meta, deste ano, de 5%. Consequentemente, os juros aqui continuarão subindo, o que, provavelmente, vai ajudar a travar a economia e ainda agravar o quadro fiscal, elevando os custos da dívida pública.