Esteves Colnago Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Esteves Colnago aceita convite de Paulo Guedes para substituir Funchal

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

Um dos nomes cotados para estancar a sangria da nova debandada na equipe econômica, o ex-ministro do Planejamento Esteves Colnago, aceitou assumir o cargo de secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, no lugar de Bruno Funchal. Colnago é o atual chefe da assessoria de relações institucionais da pasta, com contato direto com o ministro Paulo Guedes.

 

Funchal e mais três secretários pediram demissão ontem, após o ministro Paulo Guedes, anunciar que pediria “licença” para estourar o teto de gastos  — emenda constitucional que limita as despesas pela inflação. O secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e os secretários adjuntos Gildenora Dantas e Rafael Araújo acompanharam os chefes.

 

Colnago vinha sendo o principal interlocutor da Economia com o Congresso e é respeitado entre os servidores de carreira. Além disso, é considerado um dos melhores ativos dentro da equipe econômica, pois tem perfil técnico e é fiscalista.

 

Na avaliação de Arnaldo Lima, diretor de Estratégias Públicas do Grupo Mongeral Aegon, Paulo Guedes errou ao não colocar Colnago na função desde o início do mandato. “É disparado o melhor nome da Esplanada. Participou da construção do teto e 90% das medidas econômicas nos últimos anos passaram pelas mãos do Esteves. Ele sabe dialogar com o Congresso e não é vaidoso”, disse Lima, que trabalhou com o novo secretário no extinto Ministério do Planejamento.

 

Resta saber se o ministro Paulo Guedes conseguirá recuperar a credibilidade perdida nos últimos dias devido à tentativa de derrubada do teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400, prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido de licença para gastar mais provocou uma crise institucional culminando na nova debanda da pasta. Desde o início do governo, quase 20 integrantes da equipe pediram para sair ou foram demitidos pelo presidente enquanto o governo entrega muito pouco do que prometeu na agenda econômica.