RAFAELA GONÇALVES
O mês de férias está sendo de transtornos para bancos e casas de câmbio. Diante da procura maciça, está faltando dólar e euro em várias agências bancárias e em casas de câmbio. Nos locais em que ainda há moedas estrangeiras, as vendas estão limitadas a determinadas quantias.
Os especialistas reconhecem que a recente queda dos preços do dólar e do euro, devido à aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados, provocaram uma corrida em busca das divisas, que estão no menor nível desde o início de março.
Mas os mesmos especialistas ressaltam que bancos e casas de câmbio podem estar especulando com as moedas. Como teriam comprado as divisas por valores maiores do que os praticados hoje, não querem vendê-las com prejuízos. A pergunta que os profissionais se fazem é até quando conseguirão segurar as vendas, uma vez que as perspectivas são de mais baixas para o dólar e o euro quando a reforma da Previdência for aprovada por completo.
Nas poucas agências bancárias e casas de câmbio em que se podia encontrar dólar e euro nesta sexta-feira, 12 de julho, as moedas estavam cotadas, na média, a R$ 4,03 e R$ 4,48, respectivamente, já incluído o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Viagens
Atendentes de casas de câmbio afirmam que a expectativa é de que haja reabastecimento de moedas na próxima semana. “Mas não podemos garantir”, diz uma funcionária da casa de câmbio Confidence. “Estamos trabalhando com esse cenário, mas não podemos garantir nada”, acrescenta.
Pelos dados do Banco Central, de janeiro a maio deste ano, os brasileiros gastaram US$ 7,3 bilhões em viagens ao exterior, uma queda de 9,96% na comparação com o mesmo período de 2018. Esses resultados, no entanto, refletem a disparada dos preços do dólar e do euro.
Agora, com as moedas mais baratas, pode ser que esse quadro mude nos próximos meses. “Se a procura por dólar e euro continuar no nível atual, podemos ter uma boa virada do mercado”, ressalta um operador de câmbio. “É preciso lembrar ainda que Brasília é um mercado diferenciado por causa da renda mais alta”, emenda.
Brasília, 20h05min