A tensão no mercado aumentou diante das mensagens do general Eduardo Villas Bôas, de que o Exército repudia a impunidade. A manifestação por meio de rede social estimulou suspeitas de que o Exército estaria pronto para uma intervenção militar a depender da decisão do Supremo. Generais trataram, porém, de afastar essa possibilidade, alegando que o Exército está se pronunciando como qualquer outra entidade. Afirmaram ainda que não se pode interpretar mensagens do Exército com os olhos do passado.
A torcida do mercado é pela negativa do habeas corpus pelo Supremo. Com isso, Lula poderia ser preso pois já foi condenado em segunda instância. Mas tudo pode acontecer. Inclusive o STF suspender o julgamento do habeas corpus para votar antes duas ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), que podem derrubar a prisão em segunda instância, abrindo espaço para a impunidade. Os criminosos ricos poderiam protelar ao máximo suas sentenças. Por isso, tanta indignação nas ruas.
O clima de tensão tenderá a se estender por todo dia e pode se prolongar para quinta-feira, 5, uma vez os ministros prometem votos longos. Ou seja, nem todos teriam tempo para expor suas posições. Também dentro do governo a expectativa é grande. Todos os movimentos do STF estão sendo acompanhados com lupa. O Palácio do Planalto tem muito interesse no assunto, pois, caso o STF conceda o habeas corpus a Lula e ainda derrube a prisão em segunda instância, vários aliados tenderão a se beneficiar, escapando da prisão.
Brasília, 11h18 min