Técnicos da equipe econômica garantem que o único motivo para o adiamento do anúncio das novas metas fiscais foi a dificuldade para se chegar às receitas necessárias. Não há como fechar as contas sem aumentar impostos, e isso está provocando um pesado embate entre auxiliares do presidente Michel Temer. Uma ala rejeita tal possibilidade.
Os mesmos técnicos explicam que, sem um cálculo fechado das receitas, não há como definir a nova meta fiscal de 2018, considerado o ponto mais nevrálgico. É possível que o rombo do ano que vem seja maior do que o deste ano, que será ampliado de R$ 139 bilhões para até R$ 159 bilhões. Briga-se para que o buraco de 2018 não passe de R$ 150 bilhões (a projeção atual é de deficit de até R$ 129 bilhões), mas faltam R$ 70 bilhões.
O governo está decidindo ainda se anuncia, nesta sexta-feira (11), portanto antes da divulgação das mudanças das metas, um programa de redução de despesas do Executivo. Nesse pacote pode entrar o adiamento, de 2018 para 2019, do pagamento do reajuste dos servidores, que resultaria em uma economia entre R$ 10 bilhões, e o corte de benefícios ao funcionalismo, que custam R$ 16 bilhões ao ano.