ROSANA HESSEL
No dia em que o governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou sua ida para o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está deixando em aberto, nesta quinta-feira (5/1), a ida do chefe do Executivo ao maior evento anual do setor financeiro global.
A ideia inicial era que o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, liderassem a comitiva brasileira ao evento no famoso resort dos Alpes suíços. Entre integrantes do governo, contudo, ainda não há uma certeza de que Lula não vá também, pois ele costuma ter decisões intempestivas em relação a viagens.
A expectativa é de que Lula ainda possa definir os nomes de outros ministros que deverão integrar a comitiva para o Fórum, amanhã (6/2), durante a primeira reunião ministerial do novo governo. Como a sala de reuniões do terceiro andar do Palácio do Planalto é pequena, o encontro do presidente com a toda a equipe será na sala de reuniões do segundo andar, anexa ao Salão Leste, que é mais ampla e é possível acomodar sentados todos os 37 ministros.
Nesse encontro ministerial, está previsto a orientação do presidente sobre o alinhamento do discurso do novo governo, reforçando que a última palavra sobre os assuntos será dele. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, já foi desautorizado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, de falar em revogação da reforma, por exemplo. Puxões de orelha do chefe do Executivo estão previstos nesse encontro.
O presidente começou a despachar no gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto na quarta-feira (5/1), após a varredura policial e da breve reforma da sala, que voltou a ter a mesa de jacarandá que era utilizada por ele no segundo mandato. O móvel foi levado para o local na última segunda-feira (2/1) enquanto as posses de ministros ocorriam no Salão Nobre, como mostra a foto acima.
A primeira viagem internacional de Lula confirmada é para a Argentina, nos dias 23 e 24 deste mês, quando o presidente participará da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O país vizinho é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás de China e Estados Unidos. Se Lula for a Davos — o Fórum ocorre entre os dias 16 a 20 de janeiro — , a Argentina deixará de ser o primeiro país a ser visitado pelo presidente brasileiro depois da posse.
A conferir se ele vai deixar o palanque para Tarcísio, pois, sempre que ia para o resort suíço, o interesse nos painéis onde Lula estava só perdiam mesmo para Pelé. Outros três destinos internacionais de Lula estão previstos para o primeiro quadrimestre do ano, Estados Unidos, China e Portugal, ainda sem datas definidas.