A Rio Tinto e a BHP subiram 0,7% e 2,1%, respectivamente. O mercado reage à perspectiva de que haverá menos oferta do metal no mundo, já que a Vale tem grande impacto na produção mundial. Tanto é que a cotação futura do minério de ferro na China subiu 5,6%, saindo de US$ 79,5 para US$ 87,2. Os chineses são os maiores importadores da commodity do Brasil.
A própria Vale tem se beneficiado com a menor produção no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. As ações ordinárias estavam cotadas a R$ 56,15 no dia da tragédia em Brumadinho (MG). No pregão seguinte, tombaram para R$ 42,38. Nesta quarta, terminam o dia cotadas a R$ 46,70, após alta de 9%.
A avaliação do mercado é que a Vale é uma empresa extremamente robusta e que deve recuperar o que foi perdido. As ações judiciais e as sanções que ainda devem sair contra a empresa trarão volatilidade, segundo analistas, mas não devem mudar drasticamente o preço de mercado da companhia.
Além disso, o Brasil não deve perder mercado na venda de minério de ferro para o exterior. Segundo cálculos de analistas, a Vale vai parar de produzir 40 milhões de toneladas, o que corresponde a US$ 2 bilhões. Outros produtores como Austrália, Índia e Canadá podem ocupar parte do mercado, mas o desaquecimento da economia global, principalmente da China, limitará os efeitos de perdas.
O minério de ferro produzido pela Vale também é considerado de melhor qualidade. A maior parte da produção não fica em Minas Gerais, mas, sim, em Canaã dos Carajás, localizado no sudeste do Pará. A companhia elevou a produção do estado para 230 milhões de toneladas ao ano.
Brasília, 19h13min