As transportadoras são enfáticas na defesa da vacinação em massa contra a covid para a retomada da economia. O levantamento mostra que 73,4% delas apontam a imunização da população como a principal medida que deve ser priorizada pelo governo, seguida da disponibilização de linhas especiais de crédito (49,5%).
Para mais da metade dos ouvidos entre 24 e 30 de março, 53,4%, não é possível prever quando as perdas vão diminuir, dada a gravidade da situação — o Brasil registrou, nas últimas 24 horas, mais de 4 mil mortes pela covid. A pesquisa mostra ainda que somente 1,2% afirma que os danos causados pela doença terminaram em 2020.
Os números são desalentadores: apenas 9,7% dos representantes do setor acreditam que o nível de faturamento já voltou ao patamar registrado antes da pandemia, enquanto a maior parte está com o prejuízo financeiro (58,4%). Mais: 43,4% das empresas ouvidas buscaram crédito junto a instituições financeiras. Delas, 46,4% tiveram o pedido negado, agravando o equilíbrio de operações e obrigações.
Sem crédito e com mais demissões
A pesquisa revela, também, que 68,3% das companhias de transporte computaram redução na demanda; 69,0% diminuição no faturamento; 57,4% na capacidade de pagamento; 44,7% no quadro de empregados; e 41,2% em seu tamanho, já que foram obrigadas a vender ativos para sobreviverem. Não é só: 52,4% das transportadoras responderam ter aumentado o nível de endividamento.
No entender do presidente da CNT, Vander Costa, o resultado da rodada atual da pesquisa é muito preocupante, pois os transportadores acreditavam em uma virada positiva de 2020 para 2021, com a crise sendo superada, o que não ocorreu. Muito pelo contrário.
“As reduções bruscas na demanda e no faturamento têm atingido as empresas do setor em um momento crítico, com dificuldades para obtenção de crédito e necessidade de demissões. Nesse sentido, é necessária ação rápida do governo federal para apoiar os empresários e ampliar a vacinação, medidas essenciais para uma retomada sustentada da economia”, diz Costa.
As empresas defendem a volta da redução proporcional de jornada e salários como alternativa para minimizar os efeitos da crise sanitária. O governo encaminhou projeto de lei ao Congresso para tentar mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a fim de obter autorização para retomar o BEm, programa que permite ao setor privado negociar salários e jornadas com os trabalhadores.
Pela pequisa, a redução proporcional de jornada e salários foi apontada como a melhor alternativa para manter os vínculos empregatícios: 39,1% das empresas pesquisadas declaram ter interesse em adotar este regime, caso novamente autorizado e 36,0% teriam interesse em suspender, temporariamente, os contratos de trabalho nos próximos 60 dias.
Brasília, 11h15min