Executivos que participaram do Seminário de Abertura do Ano de 2019, promovido pela Revista Voto, no Brasil 21, em Brasília, não esconderam a empolgação com a equipe econômica montada e os discursos de um futuro mais próspero para o país.
Eles ouviram os discursos de privatização do secretário de Desestatização, Salim Mattar, e de abertura comercial do secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo. Ambos do Ministério da Economia. Com abertura do evento com vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e fechamento com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, empresários aplaudiram as intenção do novo governo.
De fato, o discurso tem agradado os integrantes do setor produtivo. Não só nas áreas setoriais, mas, principalmente, com a confiança de aprovação da reforma da Previdência. Os executivos entendem que, em seis meses, será possível vislumbrar mudanças mais significativas na economia.
Eduardo Marchiori, CEO da Mercer Brasil, explicou que a reforma da Previdência é fundamental para diminuir o endividamento público e gerar investimento produtivo. “Tem tudo para dar certo”, disse. “Eu acho que os investimentos vêm naturalmente. Nós precisamos continuar com a sinalização, mas saímos daqui hoje com a certeza de uma agenda clara. O plano é claro, estão todos alinhados e sabem a prioridade do que precisa ser feito”, completou.
Segundo o executivo, há um otimismo cauteloso por enquanto, mas que, aprovada a proposta que modifica a legislação de aposentadorias e pensões, não tem dúvida de que a confiança e os investimentos vão crescer. “E enfim entramos no ciclo virtuoso”, afirmou Marchiori.
Investimento
Noel Prioux, presidente do Carrefour Brasil, avalia que o Brasil tem seis meses muito importante daqui para frente. “Todo mundo está esperando algumas reformas para realmente investir. Temos que esperar um pouco para ver algumas ações concretas e tomar a decisão. Seis meses para mudar o Brasil”, enfatizou.
Maurício Harger, executivo da CMPC Celulose, declarou que a empresa investiu R$ 5 bilhões no Brasil nos últimos cinco anos, o que demonstra a perspectiva positiva em relação ao futuro. “Isso revela o que nós pensamos para o país no projeto de longo prazo”, afirmou. “Vamos continuar com otimismo. Acredito que em seis meses vamos ter boas notícias”, completou.
Affonso Nina, presidente da Sonda Brasil, deu de seis meses a um ano para que os investimentos saiam do papel. Segundo ele, após a reforma da Previdência, há a necessidade de modificação nas regras tributárias, dada a complexidade do regime de impostos do país. “Também não tem milagre. Não vamos acha que, em um ano, nós vamos resolver o que nós estamos carregando há décadas”, destacou.
Euforia
Outros empresários se demonstram extremamente confiantes com a nova política adotada pelo governo Jair Bolsonaro. Alguns enfatizaram que a nova gestão está em empenhada em acabar com a corrupção, que prejudica tanto o setor público, quanto a iniciativa privada.
Washington Cinel, fundador da Gocil, é um dos que estão em euforia. Ele ressaltou que o Brasil busca o estado “clássico”, que é leve e célere. “O Brasil já perdeu muito tempo. E nós não temos mais tempo para perder”, alegou. “Com toda essa corrupção, nós ainda somos a 8ª economia do mundo. Imagina se nesses 20 anos que se passaram nós tivéssemos um governo determinado, buscando fazer as coisas certas”, completou.
Segundo Cinel, o governo Bolsonaro traz “um claro direcionamento contra a corrupção”. “Não pode mais fazer parte do Brasil. Eu tenho uma sensação hoje que o Brasil não está sendo mais roubado. Se tem alguma área que está sendo roubada, é porque não chegou o controle lá ainda”, disse.
Sobre a reforma da Previdência, o executivo da Gocil afirmou que está otimista com o retorno de Bolsonaro à articulação política. “Eu vi hoje nas redes sociais que o nosso presidente já teve alta e assume a partir de amanhã ou depois a coordenação política da reforma previdenciária. Ótimo! Acho que ele pensou em colocar a cara para bater e olho no olho. Porque nós não temos outra saída a não aprovar essa reforma previdenciária o mais rápido possível”, afirmou.
Brasília, 20h34min