Empreendedoras brasileiras são as mais afetadas pela pandemia

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ROSANA HESSEL

As micro e pequenas empresárias brasileiras foram as que tiveram os negócios mais afetados pela pandemia da covid-19. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa do Goldman Sachs realizada junto às participantes do Programa 10 mil Mulheres do banco norte-americano, voltado para a capacitação de empreendedoras em 37 países, das quais 1,2 mil no Brasil.

Conforme a pesquisa do Goldman Sachs divulgada nesta terça-feira (15/06), 83% das empreendedoras brasileiras conseguiram manter o negócio desde o início da pandemia. Outras 12% fecharam o negócio permanentemente e 5% saiu do negócio antes da chegada da covid-19 ao país. Das 83% das empreendedoras brasileiras conseguiram manter os negócios, a maioria (66%) contou que registrou queda na receita dos negócios. Outras 20% responderam que o faturamento não sofreu alteração e 14% registraram crescimento na receita.

A pesquisa tem como base as ex-alunas do programa de capacitação do Goldman Sachs, realizado em parceria com em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e Fundação Dom Cabral. Os dados mostram que 53% das entrevistadas contaram que reduziram o número de empregados. Outras 40% não alteraram o quadro de pessoal e apenas 5% contrataram novos funcionários.

De acordo com o estudo do Goldman Sachs, 53% das ex-alunas que participaram da capacitação do Programa 10 mil mulheres no Brasil precisaram focar mais na família durante a pandemia e mais de um quarto dessas empreendedoras contou que o aumento desse foco acabou prejudicando a capacidade de gerenciar o próprio negócio. Enquanto isso, 86% das empreendedoras contaram que sentiram que a performance de seus negócios foi impactada por esse fator fora do controle delas. Além disso, 71% dessas mulheres ainda se sentem confiantes sobre o futuro dos negócios.

“Descobrimos que quase todas as ex-alunas do programa tiveram dificuldade em gerir os seus negócios. O principal desafio foi financeiro, mas um segundo importante foi relacionadas com o papel único das mulheres como cuidadoras com responsabilidade pela gestão de famílias e empresas”, destacou o estudo. O relatório ainda apontou que as empreendedoras brasileiras estão adaptando os modelos de negócio à nova conjuntura e adotando ferramentas digitais nesse novo ambiente em meio à pandemia. “As provas da experiência com a covid-1 são claras: as mulheres líderes empresariais são resilientes. Mas, para prosperarem, precisam de toda a ajuda que podem obter”, complementou o documento.

Vicente Nunes