Embratur encerra contrato com 13 escritórios de promoção no exterior

Publicado em Economia

 

Por Simone Kafruni

 

O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), responsável pela promoção do Brasil no exterior, vai encerrar o contrato com 13 Escritórios Brasileiros de Turismo (EBT) em 25 de outubro. Os EBTs são responsáveis pela promoção, marketing e divulgação de produtos e destinos turísticos brasileiros e pelo relacionamento com 23 mil empresas de turismo que atuam em vários países, definidos como mercados de interesse.

 

Além de três nos Estados Unidos (Nova York, Chicago e Los Angeles), os escritórios atuam em Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Rússia e Japão. O EBT da Argentina cuida de Chile e Uruguai e o do Peru abrange Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia e Paraguai.

 

O coordenador geral de Inteligência Competitiva e Mercadológica da Embratur, Alisson Andrade, explicou que os contratos, que somam R$ 10 milhões, serão encerrados, mas o trabalho da Embratur continua. “Os escritórios nem são físicos, são pessoas contratadas em cada país, por meio de duas empresas terceirizadas. Vamos continuar com o trabalho por meio de uma nova formatação”, disse.

 

O chefe de gabinete da Presidência da Embratur, Hercy Ayres Rodrigues Filho, assinalou que a conclusão dos contratos não significa que o Brasil não terá mais representantes de turismo no exterior. “A Embratur está fazendo um novo edital para modernizar a representação. O contrato que se encerra previa mapear o mercado e coletar informações, o que ocorreu exaustivamente por cinco anos. Agora, já temos um desenho e vamos manter o relacionamento a partir dos nossos quadros”, disse.

 

O objetivo, explicaram vários integrantes da Embratur, é reduzir custos e ganhar fôlego para aplicar o dinheiro em ações mais efetivas de divulgação. “Temos um colega daqui devotado a cada um desses países”, disse Diego Feijó, coordenador geral de Promoção e Eventos da Embratur. Era um contrato com data para acabar, ao contrário do que existe na área de Relações Públicas, destacou Guilherme Miranda, coordenador-geral de Relações Públicas da Embratur. “O atendimento da mídia no exterior continua”, garantiu.

 

Tecnologias digitais

 

Com as tecnologias digitais, as distâncias foram reduzidas, justifica a equipe do instituto. “Ainda vamos apertar as mãos de quem nos interessa como parte estratégica, em eventos e feiras. Os recursos dos contratos serão aplicados na fase de relacionamento mais ativo”, disse Andrade.

 

Apesar de todas as ações, a entrada de turistas estrangeiros no Brasil está estacionada na casa de 6,5 milhões de turistas desde 2014. Período que coincide com a redução orçamentária da Embratur, que recebia US$ 82 milhões até 2013 para fazer promoção no exterior. Hoje, tem US$ 17 milhões. Para efeito de comparação, o México gasta US$ 480 milhões por ano.

 

Ainda assim, a equipe tem metas ambiciosas. Até 2022, quer dobrar para 12 milhões de turistas e obter receita turística de estrangeiros na ordem de US$ 19 bilhões anuais. Atualmente, são US$ 5,9 bilhões por ano. “A Organização Mundial de Turismo diz que o ideal é um país investir 2% da receita em promoção. No Brasil, os investimentos são de 0,28%, quase dez vezes menos”, ressaltou Feijó.