Alvo de muito polêmica, o embaixador João Carlos de Souza-Gomes, afastado por assédio de suas funções na FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura, em Roma, voltará a dar expediente no Itamaraty. Ele foi nomeado na segunda-feira (11/06) para um cargo na representação do Rio de Janeiro
A Portaria n.º 589, com a nomeação, foi assinada pelo secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, Marcos Bezerra, Galvão. Souza-Gomes sem funções no Itamaraty desde novembro do ano passado.
Segundo as denúncias que resultaram no afastamento, ele tem um histórico de episódios de violência moral e sexual entre seus subordinados. Pelo menos sete pessoas relataram episódios de assédio sexual e moral. Nos depoimentos, os funcionários disseram que, frequentemente, o diplomata saía do banheiro com as calças abertas e dizia coisas do tipo “Você viu, né? Você gostou, né?”.
Num dos depoimentos, uma funcionária relatou que Souza-Gomes exigiu que ela o ajudasse a se vestir, colocando suas meias, abotoando a sua camisa e a calça. Não foi só. Uma outra funcionária afirmou que Souza-Gomes teria dito “Você estava uma gostosa ontem” na frente de outras pessoas e pedido para que todos a aplaudissem.
Além do assédio sexual, Souza-Gomes também acumula acusações de assédio moral e racismo. Ele chamaria funcionários negros de “cabelo de Bombril”, além de frequentemente classificar os subordinados de “burros” e “incompetentes”.
Antes de assumir o cargo na FAO, Souza-Gomes foi embaixador na Venezuela, no Uruguai, serviu nos consulados de Nova York e São Francisco, nos Estados Unidos. Também atuou na missão diplomática em Paris. Entre seus pares, ele é conhecido como “João do Pulo”, por causa de sua ascensão meteórica na carreira.
Brasília, 14h16min