Segundo o reitor, o processo administrativo foi concluído antes dos prazos previstos, devido à gravidade da situação, com direito à ampla manifestação por parte dos envolvidos e de testemunhas, mas caberá ao Conselho decidir o que será feito. Enquanto isso, o português João Bernardo continua circulando livremente pela universidade, inclusive recorrendo ao deboche ao tratar do caso.
A agressão a Grazielle ocorreu em 28 de novembro do ano passado. O português não se conformou a ser ser confrontado pela brasileira durante a discussão sobre um trabalho de escola. Os dois fazem mestrado em Comunicação Social. A brasileira havia se atrasado para uma reunião de grupo e, quando chegou, foi logo agredida verbalmente por João Bernardo.
Ela, então, disse que não aceitava ser tratada daquela forma. Explicou que havia se atrasado alguns minutos porque tinha se perdido no trajeto, já que estava recente na cidade. Ela se mudara havia um mês e meio para Braga, norte de Portugal, onde fica a universidade. Não satisfeito, ele continuou a atacando verbalmente, até que a violência passou a ser física. “Dei-lhe um soco direto na boca”, declarou ele ao Blog.
O reitor detalhou ao embaixador que foram ouvidas, durante o processo administrativo, 11 testemunhas, entre alunos, professores e seguranças da universidade. Depois, Grazielle e João Mendes apresentaram as suas versões. A conclusão das investigações se deu em 27 de fevereiro e o relatório, posteriormente, foi enviado ao Conselho, que tem um prazo a cumprir.
Na mesma correspondência encaminhado ao embaixador do Brasil, o reitor da Universidade do Minho ressaltou que a instituição, que completou 50 anos, sempre prezou pelo respeito à dignidade humana e que nunca houve uma agressão como a cometida pelo português João Bernardo. O professor Rui Vieira de Castro acrescentou ainda que os estudantes brasileiros, que são maioria entre os alunos estrangeiros, serão sempre muito bem-vindos às salas de aula.
O embaixador destacou, na carta, que o governo brasileiro está muito preocupado com o caso, que reflete misoginia e xenofobia, e que espera uma punição exemplar ao agressor de Grazielle, que, além da agressão física, sofreu abalos psicológicos. “As agressões físicas e verbais a Grazielle chocaram os colegas na universidade e suscitaram a minha mais profunda indignação”, escreveu Carreiro.