ROSANA HESSEL
Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, registrou queda de 0,73% nacionalmente, no mês de agosto, em Brasília, a queda foi mais profunda, de 1,09%, alcançando a menor previsão de taxa mensal desde o início da série histórica, em 1991, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (24/8) pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA-15 de Brasília acumula 4,25% e, em 12 meses, acumula alta de 8,95%. Os dados foram divulgados hoje (24/08) pelo IBGE.
O recuo de 1,09% em Brasília foi a 6ª maior queda em agosto dentre as 11 capitais pesquisadas para o IPCA-15. Belo Horizonte registrou a maior deflação, de 1,58%. Enquanto isso, São Paulo teve a menor taxa negativa, de 0,11%.
De acordo com dados do IBGE, na capital federal, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília apresentaram altas na previsão de agosto, com os preços dos alimentos entre os destaques da resiliência inflacionária.
Alimentos não dão trégua
Conforme os dados do IBGE, o maior impacto positivo no IPCA-15 de agosto, de 0,28 ponto percentual (p.p.), veio do grupo alimentação e bebidas, que registrou alta de 1,67%. Neste grupo, o item que teve o maior taxa de inflação foi leite e derivados, de 11,01%, com o os aumentos do leite longa vida (de 16,67%) e seus derivados, como queijo (7,55%) e manteiga (4,74%).
A pesquisa do IBGE mostra ainda que outro destaque entre as altas de preços veio das frutas, com elevação de 6,81%, impulsionadas pelos aumentos de produtos como melancia (22,28%), banana-d’água (15,55%), uva (8,26%) e laranja-pera (7,73%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 2,09% em agosto. No lado das quedas, vale destacar a variação negativa do item tubérculos, raízes e legumes (-6,62%), a exemplo do tomate (-15,83%) e da batata-inglesa (-11,52%).
O segundo maior impacto positivo no índice de agosto, de 0,14 ponto percentual, veio do grupo saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de 1,10%. Esta variação foi influenciada pela elevação de 1% nos preços dos planos de saúde, correspondente à fração mensal do reajuste de 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio para os planos novos. Além disso, os itens de higiene pessoal aceleraram de 1,16% em julho para 1,43% em agosto.
A queda no grupo dos Transportes, de 7,28%, puxou a prévia da inflação de Brasília para o campo negativo, com impacto de -1,83 ponto percentual no IPCA-15. Esse resultado foi influenciado pela queda de 17,74% nos preços dos combustíveis, em particular da gasolina (-18,78%) e do etanol (-15,63%). O subitem passagem aérea, com recuo de 6,77%, também recuou, após subir quatro meses consecutivos, informou o IBGE.