POR ANTONIO TEMÓTEO
O rombo nas contas do setor público consolidado chegou a R$ 170,5 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em julho, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC). A nova meta definida pelo governo, que ainda será apreciada pelo Congresso Nacional, prevê um deficit total de R$ 163,1 bilhões.
Somente o governo central, que leva em conta o resultado do BC, do Tesouro Nacional e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o rombo chegou a R$ 182,3 bilhões, o equivalente a R$ 2,85% do Produto Interno Bruto (PIB). O alvo a ser perseguido pela equipe econômica é de uma necessidade de financiamento de R$ 159 bilhões.
O buraco nas finanças da administração pública só é menor porque os governos regionais registraram superavit de R$ 10,4 bilhões, enquanto as estatais contribuíram positivamente com R$ 1,8 bilhão. Resta saber se o governo conseguirá cumprir a meta prevista com a ajuda de receitas extraordinárias.
A sequência de resultados negativos levou a dívida bruta ao maior patamar da história em julho, o equivalente a 73,8% do PIB. De mãos atadas, o governo aposta em um pacote de concessões e privatizações para não incorrer em crime de responsabilidade fiscal, o mesmo que levou a ex-presidente Dilma Rousseff a perder o mandato.