Eleições mostram que o Brasil optou pela volta à normalidade

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Os resultados das eleições municipais indicaram, de forma clara, que o Brasil deixou de lado o radicalismo que marcou as disputas presidenciais de 2018 e optou pela volta à normalidade. O presidente Jair Bolsonaro viu boa parte de seus candidatos naufragar nas urnas e o PT ficou ainda menor.

Os partidos de centro, mais moderados, saíram na frente. O DEM elegeu, em primeiro turno, prefeitos de três capitais. O PSDB venceu em duas e o PSD, que faz parte do Centrão, em outra duas. Das 18 capitais que vão para o segundo turno, as disputas envolvem 17 partidos.

Esse retrato indica que o país está disposto a votar em um candidato moderado, que afaste movimentos ditatoriais, negacionistas, divisionistas e de irresponsabilidade fiscal. O Brasil tem muito a fazer. Não será em um clima beligerante, como o que vê no governo Bolsonaro, que se resolverá as urgentes demandas da população.

O Brasil ainda se debate para sair da recessão provocada pela pandemia do novo coronavírus. Tem 53 milhões pessoas na pobreza e 13,5 milhões na miséria. Quase 14 milhões de trabalhadores estão sem trabalho. São números superlativos que não combinam com governantes que estão mais preocupados em garantir benesses para a própria família.

Muitos dizem que 2022 ainda está longe, que muita coisa pode mudar até lá. Sim, a velocidade dos acontecimentos é incrível. Quem poderia imaginar que enfrentaríamos a mais grave pandemia em 100 anos? Mas os brasileiros demonstram que estão retornando à racionalidade. Os erros recentes estão custando caro para todos.

Brasília, 23h35min

Vicente Nunes