Não é por acaso que a nova fase da Operação Lava-Jato foi denominada Arquivo X. O esquema de corrupção na construção de plataformas pela Petrobras foi delatado pelo empresário Eike Batista, dono e ex-presidente do Conselho de Administração da OSX.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, Eike disse que, em novembro de 2012, recebeu pedido para que pagasse R$ 5 milhões ao PT, que precisava quitar dívidas da campanha de 2010. O pedido foi feito por um então ministro do governo de Dilma Rousseff que presidia o Conselho de Administração da Petrobras. No caso, Guido Mantega.
Segundo Eike, o pagamento ao PT ocorreu em abril de 2013 e foi feito por meio dos publicitários João Santana e Mônica Moura, que assinaram contratos fictícios de prestação de serviços à OSX. O dinheiro, exatos US$ 2,35 milhões à época, veio do exterior.
Foram necessárias duas operações para que Eike efetuasse o pagamento. Em dezembro de 2012, a empresa dele no exterior Goldenrock, controlada pela Centenium, remeteu os US$ 2,35 milhões à Polis, de João Santana. O dinheiro, porém, voltou por problemas de documentação. Em abril de 2013, os recursos foram finalmente transferidos para a offshore Shellbill.