RODOLFO COSTA
A ruptura do PSL se encaminha para um processo inevitável. A reunião marcada nesta terça-feira (12/11) para discutir, no Palácio do Planalto, a criação de uma nova legenda e os rumos da ala “bolsonarista” na Câmara, ocorrerá sem 10 deputados. Além de seis que não haviam sido convidados, outros quatro foram desconvidados por email, na tarde de hoje. O Blog obteve acesso ao print de desconvocação de um dos congressistas, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
Entre os seis deputados fora do convite inicial estão o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE), a ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP), Julian Lemos (PB), Professora Dayanne Pimentel (BA), Heitor Freire (CE) e Junior Bozzella (SP). Os quatro desconvidados são Enéias Reis (MG), Fabio Schiochet (SC), Coronel Tadeu e Abou Anni (SP).
Os convites e as desconvocações foram feitas pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), vice-líder do governo no Congresso. Ao Blog, Tadeu comprova, com imagens, ter sido convidado por ela às 15h29 de segunda-feira (11/11), e desconvidado às 9h28 desta terça-feira. No corpo do email, o gabinete da parlamentar atribui o “cancelamento do convite” a uma determinação do líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP).
Procurada pelo Blog, Kicis confirmou ter convidado “em torno” de 40 deputados, mas não comentou sobre a desconvocação. O número, entretanto, exclui os 10 deputados convidados e desconvidados, uma vez que o PSL conta com 51 parlamentares em exercício na Câmara. Ela negou, no entanto, que a pauta seja a discussão do novo partido, batizado de Aliança pelo Brasil.
Suspensões e expulsões
A expectativa de discussões sobre o novo partido, no entanto, é bancada por Tadeu. “Esse vai ser o tema da reunião. Não é fácil montar um partido novo, mas não é impossível. De qualquer forma, acredito que o presidente Bolsonaro não está recebendo o assessoramento adequado”, criticou. O deputado minimiza o cancelamento do convite feito a ele e frisa que está mais preocupado com a agenda política da Câmara, mas frisa que alguns deputados da legenda poderão sofrer punições. “Há uma possibilidade de suspensões e expulsões. É o que deve acontecer, com calma e elegância”, advertiu.
Caso o partido decida pela expulsão de deputados do PSL, Tadeu destaca que a legislação eleitoral prevê a esses congressistas a perda do mandato, uma vez que, diferentemente de senadores, prefeitos, governadores e o presidente da República, o mandato é do partido, não dos deputados. “Se expulsar, perde o mandato e chama o suplente. E não será uma perseguição da legenda a ninguém”, destacou.