Economia eleva de 3,2% para 3,5% previsão de crescimento do PIB

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ROSANA HESSEL

O Ministério da Economia elevou de 3,2% para 3,5% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, devido ao “bom resultado da atividade econômica no primeiro trimestre do ano, mesmo diante do aumento das regras legais de distanciamento e a despeito do fim do auxílio emergencial”. O órgão, por sua vez, piorou as previsões de inflação.

A nova estimativa consta do Boletim Macro Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, divulgado nesta terça-feira (18/05).  “As novas projeções para o PIB acaba sendo reflexo desses novos dados da nossa atividade”, afirmou o novo secretário especial da Fazenda, Bruno Funchal, na abertura da apresentação dos dados do relatório.

” As medidas tomadas pelo governo federal em conjunto com o Congresso Nacional continuam relevantes para mitigar os fortes
efeitos negativos da pandemia na economia brasileira”, destacou o documento que reforçou a importância do processo de imunização da população contra a covid-19 e do controle das contas públicas.   “A vacinação em massa, a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado, todas em curso, pavimentarão o caminho para um crescimento sustentável que dê suporte a emprego, renda e maior nível de bem-estar da população brasileira”, adicionou.

O secretário Aldolfo Sachsida, titular da SPE, considerou a nova previsão do governo mais conservadora e descartou cenário de estagflação. “No momento atual da economia brasileira, não faz sentido”, disse. Para ele, o momento de revisões para cima que está atravessando o mercado reflete o “bom momento econômico”.  “A nossa projeção é conservadora. Temos vários analistas de mercado prevendo crescimento acima de 4%”, disse.

Sachsida ainda fez questão de criticar analistas que veem estagnação econômica em um cenário com mais inflação como o atual, já que o carregamento estatístico do PIB de 2020 para o de 2021 é elevado. Para ele, é um erro esse tipo de comparação. “Não é possível falar em estagnação econômica em um país com taxa de crescimento anual de 3%”, frisou. Ao ser questionado sobre o assunto, o secretário chegou a afirmar que, quando há estagnação da economia, o PIB cai.

Pelas projeções do mercado, a herança do carregamento estatístico do PIB do ano passado para o deste ano gira em torno de 3,6%. E, de acordo com o subsecretário Erik Figueiredo, esse indicador é de 3,26%, pelos cálculos da SPE.

Inflação mais salgada

Os técnicos da pasta mantiveram a previsão para de alta de 2,5% para o PIB durante o período de 2022 a 2025. Já a previsão de inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 4,42%, no relatório de março, para 5,05%, mesma taxa para o Índice de Preços Nacional Ao Consumidor (INPC), utilizado para a correção do salário mínimo.

No acumulado em 12 meses até abril, o IPCA registrou alta de 6,76%. Enquanto isso, o INPC, que mede a inflação dos mais pobres, saltou 7,59%. Para 2022, a SPE prevê alta de 3,5% tanto para o IPCA quanto para o INPC.

A SPE finalmente admitiu a inflação de dois dígitos para o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), indicador que capta melhor os preços no atacado e a variação cambial. A previsão passou de 5,06%, no relatório de março, para 15,21%, neste mês.

Vicente Nunes