A nova estimativa consta do Boletim Macro Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, divulgado nesta terça-feira (18/05). “As novas projeções para o PIB acaba sendo reflexo desses novos dados da nossa atividade”, afirmou o novo secretário especial da Fazenda, Bruno Funchal, na abertura da apresentação dos dados do relatório.
” As medidas tomadas pelo governo federal em conjunto com o Congresso Nacional continuam relevantes para mitigar os fortes
efeitos negativos da pandemia na economia brasileira”, destacou o documento que reforçou a importância do processo de imunização da população contra a covid-19 e do controle das contas públicas. “A vacinação em massa, a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado, todas em curso, pavimentarão o caminho para um crescimento sustentável que dê suporte a emprego, renda e maior nível de bem-estar da população brasileira”, adicionou.
O secretário Aldolfo Sachsida, titular da SPE, considerou a nova previsão do governo mais conservadora e descartou cenário de estagflação. “No momento atual da economia brasileira, não faz sentido”, disse. Para ele, o momento de revisões para cima que está atravessando o mercado reflete o “bom momento econômico”. “A nossa projeção é conservadora. Temos vários analistas de mercado prevendo crescimento acima de 4%”, disse.
Sachsida ainda fez questão de criticar analistas que veem estagnação econômica em um cenário com mais inflação como o atual, já que o carregamento estatístico do PIB de 2020 para o de 2021 é elevado. Para ele, é um erro esse tipo de comparação. “Não é possível falar em estagnação econômica em um país com taxa de crescimento anual de 3%”, frisou. Ao ser questionado sobre o assunto, o secretário chegou a afirmar que, quando há estagnação da economia, o PIB cai.
Pelas projeções do mercado, a herança do carregamento estatístico do PIB do ano passado para o deste ano gira em torno de 3,6%. E, de acordo com o subsecretário Erik Figueiredo, esse indicador é de 3,26%, pelos cálculos da SPE.
Inflação mais salgada
Os técnicos da pasta mantiveram a previsão para de alta de 2,5% para o PIB durante o período de 2022 a 2025. Já a previsão de inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 4,42%, no relatório de março, para 5,05%, mesma taxa para o Índice de Preços Nacional Ao Consumidor (INPC), utilizado para a correção do salário mínimo.
No acumulado em 12 meses até abril, o IPCA registrou alta de 6,76%. Enquanto isso, o INPC, que mede a inflação dos mais pobres, saltou 7,59%. Para 2022, a SPE prevê alta de 3,5% tanto para o IPCA quanto para o INPC.
A SPE finalmente admitiu a inflação de dois dígitos para o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), indicador que capta melhor os preços no atacado e a variação cambial. A previsão passou de 5,06%, no relatório de março, para 15,21%, neste mês.