Economia de R$ 1 tri deve ser preservada, diz Marinho sobre mudanças na reforma

Publicado em Economia

ALESSANDRA AZEVEDO

Apesar da intenção da Câmara de retirar a digital do governo da reforma da Previdência, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, continua defendendo o texto enviado ao Congresso em fevereiro. Em entrevista ao blog, ele não citou os pontos que considera discutíveis, mas reforçou que o mais importante é manter o impacto fiscal previsto, de R$ 1 trilhão em 10 anos.

“Na hora que houver finalização, um refinamento do processo, e na medida em que formos sendo consultados a respeito, claro que há possibilidade de alguma transigência, desde que seja preservado o impacto fiscal”, afirmou Marinho, nesta sexta-feira (17/5). Segundo ele, o relator da reforma na Comissão Especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), responsável pelo substitutivo, tem dito que pretende manter os ganhos dentro das expectativas do governo.

 

Segundo Marinho, Moreira tem sido “extremamente colaborativo” nas conversas com a equipe econômica e com parlamentares. “Mas é claro que ele tem legitimidade, autoridade e condição de propor as alterações que achar convenientes. Ele tem dito para nós que pretende manter o impacto fiscal”, comentou o secretário.

 

Elo mais forte

 

Como o resultado das discussões na Comissão Especial sempre é um texto substitutivo, o que muda é o teor das alterações. Quanto a isso, Marinho deixou claro que, além da elaboração do texto, a condução dos trabalhos também está em boas mãos. “Marcelo Ramos (presidente da comissão) é um deputado excepcional. De primeiro mandato na Câmara, mas com experiência muito grande, muito densa”, opinou.

 

Diante das críticas dos parlamentares em relação ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Marinho é considerado o “elo mais forte” do governo com o Parlamento, nas palavras de um deputado da comissão. O secretário acredita que “o diálogo está acontecendo de forma desobstruída”. “A articulação é coletiva. O governo tem vários membros que têm a possibilidade, até pelo relacionamento, de conversar com integrantes do Congresso”, disse.

 

O secretário se reuniu, na manhã desta sexta-feira (17/5), com o relator, o presidente e outros parlamentares e técnicos envolvidos com a reforma. “Passamos a manhã inteira conversando”, contou. Os encontros devem continuar ao longo do fim de semana.

 

Brasília, 19h50min