POR PAULO SILVA PINTO
As chances de o governo Michel Temer fracassar são relativamente altas, como mostra pesquisa realizada pela Consultoria Macroplan com economistas, cientistas políticos e especialistas em gestão pública. Segundo o levantamento, 36% acreditam que o presidente interino não conseguirá fazer as reformas necessárias e terá dificuldades para estabilizar a economia, abrindo espaço para o retorno de Dilma Rousseff ao poder. O levantamento ressalta que esse cenário não “é desprezível”.
Para a maioria, 64%, Temer terá sucesso na empreitada de tirar o Brasil do atoleiro. Mas, para 48%, o sucesso será parcial. Nesse cenário, os entrevistados acreditam que Dilma será afastada definitivamente do poder, o peemedebista conseguirá emplacar uma agenda mínima de reformas e conquistará a confiança dos investidores. Mas o país voltará a crescer moderadamente. É o quadro mais provável, segundo a pesquisa.
No cenário mais otimista, previsto por apenas 16% dos participantes, Temer terá amplo sucesso em levar o Brasil para a rota do crescimento econômico. Eles acreditam que sucessor de Dilma será capaz de tirar o país da UTI e viabilizar a aprovação de reformas estruturais, como a da Previdência Social. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se fortalecerá a partir de 2018, relembrando os primórdios do Plano Real.
O início do governo do peemedebista está bastante confuso. O anúncio de uma equipe econômica competente contrastou com declarações desastrosas de ministros políticos e com o envolvimento de pessoas estratégicas na Operação Lava-Jato, como o ministro do Planejamento, Romero Jucá. O governo Temer está balançando. Resta saber se agirá rápido para conter a sangria.
Brasília, 13h16min